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Cenário desfavorável: Aicita apresenta balanço do SCPC de agosto

O oitavo mês do ano surpreendeu com dados do balanço do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Industrial e Comercial de Itatiba (Aicita), divulgado no último dia 9. Isso porque os resultados foram desfavoráveis nos três índices deste levantamento.

As consultas ficaram praticamente estáveis – uma baixa de menos de 1%. Foram 3.426 em agosto contra 3.449 em julho, uma queda de 0,6%. No entanto, o esperado para o mês era de aumento, devido a importante data comercial do Dia dos Pais. Acabou que agosto registrou o segundo índice de consultas mais baixo do ano – atrás apenas de abril, com 3.343 consultas.

Registros e cancelamentos

Os registros, por sua vez, tiveram alta. Apesar da inclusão do nome de devedores não ser um sinal positivo à economia, desta vez é visto com bons olhos, já que a própria Aicita, em treinamento realizado em agosto, recomendou que os empresários fizessem o registro de dívidas neste momento.

Isso porque este é um ótimo período para que o devedor fique ciente do registro e opte por fazer uso do décimo terceiro, que virá neste segundo semestre, para quitar a dívida, ter o nome retirado da listagem do SCPC e ter novamente crédito na praça.

Já o índice de cancelamentos, referente àqueles que pagaram as dívidas, teve baixa. Foi o menor resultado do ano: 159 no mês de agosto. Em comparação com julho, quando foram feitas 216 exclusões do SCPC, a queda é de 26,3%.

Situação financeira

O resultado em Itatiba só vem a confirmar resultados da Pesquisa Perfil do Consumidor realizada semestralmente pela Boa Vista, administradora do SCPC. No primeiro semestre de 2022, 45% dos consumidores brasileiros viram a situação financeira pior do que no ano passado.

A pesquisa ouviu mais de 1.500 consumidores de todo o Brasil e também responderam sobre comprometimento da renda com o pagamento de dívidas, atrasadas ou não: 58% tiveram mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas.

“Mesmo com a taxa de desemprego em queda, outros fatores pesam sobre o orçamento dos consumidores: o comprometimento da renda continua sendo alto, assim como a inflação e os juros. A taxa de inadimplência das famílias está numa tendência de alta desde o final do ano passado e em 2022 essa tendência ganhou um pouco mais de força. Outros fatores, como a liberação do FGTS e o aumento do Auxílio-Brasil, junto da melhora dos números no mercado de trabalho, podem até suavizar esse movimento de alta, mas não devem ser suficientes para revertê-lo”, comentou Flavio Calife, economista da Boa Vista.

O nível de endividamento do consumidor, por sua vez, segue nos mesmos níveis, com 97% dos entrevistados se considerando endividados. Já em relação às expectativas sobre a situação financeira para 2023, 90% dos consumidores disseram esperar melhora em relação às finanças pessoais.

Da Redação – Com informações de Tatiana Petti da Aicita – Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash