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Projeto quer combater a evasão de alunos no ensino fundamental de Itatiba

Proposta é dos vereadores Luciana Bernardo (PDT) e Juninho Parodi (Avante)

Uma iniciativa que pretende reforçar o combate à fuga de alunos no Ensino Fundamental foi apresentada e aprovada em primeira votação na sessão nº 117, da Câmara Municipal de Itatiba. O Projeto de Lei nº 86/2021 tem autoria dupla e exemplificam de como situação e oposição podem, e devem, se unir por boas causas. A vereadora Luciana Bernardo (PDT) e o vereador Juninho Parodi (Avante) pretendem instituir o Programa Municipal de Prevenção ao Abandono e Evasão Escolar.

Foto: Mariana Calz

Curiosamente, é a primeira vez que a vereadora consegue levar à votação um projeto de lei. Este foi apresentado em 2021 e até agora estava na fila. Segundo ela, dados nacionais indicam evasão de 2% dos alunos na base da pirâmide educacional. Os motivos principais do abandono da escola são dificuldade de aprendizado, falta de dinheiro e o terrível bullying, ou zoação cruel contra determinados alunos. E é aí que surge outro dado tenebroso. As crianças mais afetadas são as negras, portadoras de necessidades especiais, ou que não se enquadram no conceito binário de ser menino ou menina. “É preciso identificar, prevenir e combater o problema mediante a utilização de dados concretos” analisa Luciana Bernardo.

O projeto não estabelece regras. Sugere medidas a serem adotadas pela prefeitura, via Secretaria Municipal de Educação, como realização de palestras envolvendo pais, alunos, professores e administradores das escolas.

Professor-Diretor

O vereador Juninho Parodi, apoiador do prefeito Thomás Capeletto (PSDB), espera que o projeto desperte “uma preocupação constante com a frequência dos alunos e que eles percebam a escola como um lar”. Com 35 anos como diretor de escolas no ensino privado e mais 12 como professor de Educação Física na rede pública, Parodi crava que esse período pós-pandemia de Covid precisa de inovações, que ajudem a superar os traumas gerados pelo prolongado confinamento que ainda se fazem sentir. “A pandemia mudou a realidade nas escolas. Crianças ficaram emocionalmente abaladas. Pode ter faltado alimentação para as que dependiam das escolas nesse quesito”.

Com base na vasta experiência escolar, Juninho Parodi alerta para a necessidade de uma atuação de psicólogos, terapeutas e até fonoaudiólogos no programa de combate à evasão escolar. Situações que podem ser resolvidas com boa gestão administrativa e de recursos, sem necessidade de gerar gastos.

Reflexos futuros

Tanto Luciana Bernardo quanto Juninho Parodi percebem que a evasão de alunos no Ensino Fundamental trará reflexos ruins para o futuro de Itatiba, porque os números crescem com o passar do tempo e vão impactar negativamente a presença nas salas do Ensino Médio. A velha máxima de cortar o mal pela raiz está inserida na lógica do Programa Municipal de Prevenção ao Abandono e Evasão Escolar.

A julgar pelos discursos entusiasmados de apoio ao projeto de lei, não há dúvida quanto a aprovação em segundo turno. Aí, a bola passa para a prefeitura.

Por Cid Barboza – Foto: Mariana Calz