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Luciana Bernardo destaca conquistas no social e propostas para um novo mandato

Durante seu primeiro mandato, Luciana Bernardo, vereadora pelo PDT, se destacou por sua atuação voltada para o social e a transparência orçamentária. Entre os projetos de lei de sua autoria, o PL 86/21, que se transformou na Lei 5582/23, criou o “Programa Municipal de Prevenção ao Abandono Escolar”. A vereadora também implementou o Gabinete Itinerante e esteve envolvida em iniciativas de apoio à comunidade LGBTQIA+.

Entrevista:

Qual balanço você faz desse período que esteve no Legislativo?

Esse é meu primeiro mandato e considero o saldo bastante positivo, embora tenhamos passado por dificuldades com a pandemia no início da legislatura, por exemplo. Foram quatro anos de muito trabalho, visitas aos bairros e, principalmente, aprendizado. Possuímos uma Câmara com pouca representação feminina, de 17 vereadores, apenas duas são mulheres, o que traz, naturalmente, muitos desafios ao conhecer a política na prática.

Quais projetos, de sua autoria, você destacaria?

Durante o nosso mandato, apresentei 10 projetos de lei, todos voltados para o social e para a fiscalização orçamentária. Desses 10 PLs, foi aprovado e sancionado o PL 86/21, em parceria com o vereador Juninho Parodi, o qual se transformou na Lei 5582/23, que tem como objetivo instituir no município de Itatiba o “Programa Municipal de Prevenção ao Abandono Escolar”.

Os outros PLs já aprovados pelas comissões estão aguardando serem pautados para votação e têm cunho social, resguardando o direito a uma sociedade mais inclusiva, acolhedora, justa e equitativa e respeito à diversidade. Também destaco a importância da transparência orçamentária aos munícipes. No PL nº 27/2023, proponho que o executivo divulgue informações relativas aos contratos dos imóveis locados pela prefeitura. Os Projetos de Lei estão à disposição no site da Câmara Municipal de Itatiba.

Além de projetos de lei e a atividade legislativa, destaco o Gabinete Itinerante, que tenho realizado há alguns anos. Semanalmente, vou até a Praça da Cadeia e monto uma mesa para conversar com a população. Esse trabalho permite que eu fique mais próxima de pessoas de muitos bairros, ouvindo suas sugestões e necessidades. Esse contato mais próximo com as pessoas é extremamente importante e tem sido uma experiência incrível e enriquecedora. O Gabinete Itinerante está paralisado durante o período eleitoral, por exigência legal. Também mantive o Projeto Lei Tura nas feiras livres e doei milhares de livros para a população.

Também destaco a minha participação junto a organizações como a ARCO (Associação Realidades Coloridas), a primeira associação LGBTQIA+ constituída e formalizada em nossa cidade. Já declarei por diversas vezes desde o início do mandato meu apoio irrestrito a essa população. Conseguimos auxiliar a associação a realizar o 1º Simpósio de Promoção da Cidadania LGBT em 2022, na Câmara Municipal, que foi o primeiro da região com essa temática. Em 2023, foi realizado o segundo, e, neste ano, após as eleições, deverá acontecer o terceiro. Também participo das Paradas, que voltaram a acontecer em Itatiba em 2022 após uma longa paralisação. Esses eventos são importantíssimos para a implantação de políticas públicas que atendam à diversidade.

Caso seja eleita, o que mudaria e o que pretende fazer?

Acredito que a palavra não seja necessariamente mudar, mas expandir minha atuação em diversos setores com novos projetos. Para o próximo mandato, irei ampliar meu contato com a população, e, como nossa cidade tem crescido bastante, os meios digitais são ferramentas importantes para interagir com mais pessoas. Por exemplo, no nosso Instagram @lucianabernardo, pretendo trazer novidades e novas formas de interação. Mesmo assim, o contato pessoal é a minha prioridade, algo que não abro mão durante todos os anos do mandato. Essas ações vão de encontro com a nossa proposta de realização de um mandato participativo e com a colaboração da população.

Outra prioridade no meu próximo mandato é trabalhar para que Itatiba tenha a primeira Secretaria da Mulher, destinada exclusivamente à criação de políticas públicas voltadas para as mulheres, em todos os âmbitos, mas, principalmente, ações de prevenção à violência contra a mulher, que tem aumentado na nossa cidade. Também quero trazer para a Câmara Municipal a Procuradoria da Mulher. Continuarei buscando políticas públicas que promovam diversidade e diminuição da desigualdade social. Estou com as mulheres, com a comunidade negra, com a comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiência, além daqueles em situação de vulnerabilidade social. E tenho alguns novos projetos em desenvolvimento que envolvem a empregabilidade e inclusão nas empresas para esse público.

Em sua opinião, o papel do Legislativo municipal tem sido cumprido?

De acordo com a Constituição Federal, a função do vereador é legislar, fiscalizar e representar. Acredito que, na questão da representatividade, existe uma falha na democracia local. A democracia não consiste em ouvir a voz de todos? Não é o que acontece na nossa Câmara, onde a realidade da população não é representada, pois temos apenas duas vereadoras, nenhuma pessoa preta, LGBT ou PCD. Portanto, espero que nessas próximas eleições essa falta de representação diminua.

Como deverá ser sua convivência com o futuro prefeito?

Como vereadora, meu trabalho depende do diálogo, portanto, espero que o próximo prefeito esteja disponível para dialogar e buscar soluções para o bem comum. No momento, meu partido é de oposição, mas destaco que minha oposição sempre foi bastante responsável e propositiva. Durante esses quatro anos, mantive meu mandato independente e assim continuará. Obviamente, existe diferença de relação dependendo do vencedor; isso é algo normal na política partidária. No entanto, continuarei fiscalizando, trabalhando e dialogando, independente de quem estiver no poder, uma vez que todos temos um objetivo em comum, que é buscar o melhor para a nossa cidade.

Eu sou Luciana Bernardo da Silva, vereadora pelo PDT e administradora de empresas. Nasci em Itatiba, na Fazenda Paraíso, onde meus pais trabalhavam. A vida no campo foi difícil, e vivenciei situações complicadas como falta de acesso ao transporte e a políticas públicas, além de passar pela pobreza menstrual e cultural, pois não tinha condições de comprar livros. Na escola rural, comecei a desenvolver um grande amor pela leitura, e mais tarde surgiu a ideia de arrecadar livros em bom estado e doá-los para mais pessoas, assim surgiu o projeto Lei Tura. Formei-me em Administração e fui servidora pública por 18 anos. Nesse período, comecei a me politizar mais, participando de movimentos sociais, até entrar para a política como vereadora.

Da Redação – Foto: Divulgação