Educação Consciente: A chave para o desenvolvimento emocional de crianças e jovens
Segundo a pedagoga e educadora parental Tabatha Ariel, a escuta e o respeito pelas emoções dos pequenos contribui para a formação de indivíduos capazes de lidar com as adversidades da vida de maneira mais equilibrada
Em um cenário onde as pressões cotidianas e o avanço da tecnologia trazem novos desafios para pais e educadores, a educação consciente e positiva surge como um alicerce para formar crianças emocionalmente saudáveis. A escuta ativa, a empatia e o respeito às individualidades estão no centro dessa abordagem, que prioriza o desenvolvimento emocional, a convivência harmoniosa e o respeito mútuo. A itatibense Tabatha Ariel, pedagoga, educadora parental e terapeuta sistêmica integrativa, compartilha sua visão sobre como essa metodologia pode transformar o futuro das crianças e adolescentes.
“A educação consciente valoriza a escuta e o respeito pelas emoções das crianças. Isso fortalece sua autoconfiança e as ensina a gerenciar seus sentimentos de forma equilibrada”, afirma Tabatha. Segundo ela, validar as emoções dos pequenos é fundamental para criar uma base sólida para o desenvolvimento social e emocional.
A era das telas e a permissividade
Tabatha Ariel destaca dois grandes desafios da educação atual: a influência das telas e a dificuldade dos pais em impor limites saudáveis. Com o fácil acesso à internet e às tecnologias, muitas crianças estão sendo expostas a informações inadequadas. “O excesso de tempo em frente às telas é um grande obstáculo que os pais enfrentam hoje. Muitas vezes, eles não sabem como equilibrar essa exposição”, ressalta.
Além disso, há a questão da permissividade na criação dos filhos. Muitos pais, que passaram por uma educação rígida e dolorosa, agora buscam adotar uma postura mais acolhedora, mas acabam não sabendo como agir. “Os pais querem fazer diferente do que viveram, mas acabam perdidos, o que muitas vezes resulta em uma educação permissiva, sem limites claros para os filhos”, observa Tabatha, que é mãe de dois filhos e também sentiu a necessidade de se reinventar para educá-los de forma diferente da que viveu. Ela acredita que a educação consciente ajuda a estabelecer limites de maneira respeitosa, sem recorrer a punições, promovendo assim um ambiente mais seguro e confiável.
Receita para o desenvolvimento integral
Outro ponto essencial para o desenvolvimento emocional das crianças, segundo Tabatha, é a relação de parceria entre família e escola. Para ela, essa colaboração é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, tanto emocional quanto academicamente. “Quando há uma parceria entre pais e educadores, vemos benefícios como melhor rendimento escolar, maior disciplina e responsabilidade. Isso reduz os conflitos e favorece a inclusão escolar”, explica.
A educadora reforça ainda a importância de alinhar o desenvolvimento da inteligência emocional desde a infância até a adolescência. “O cérebro do ser humano só termina de se desenvolver por volta dos 28 anos de idade. A educação consciente traz esse equilíbrio, ajudando as crianças a entenderem suas emoções e a lidarem com elas de forma saudável. É uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento de adultos conscientes, resilientes e empáticos”, acrescenta.
Um caminho para relacionamentos saudáveis
Segundo Tabatha Ariel, a educação consciente é mais do que uma metodologia educacional, é uma forma de vida. “Ela nos ensina a pensar antes de agir, a refletir sobre como nossas palavras e atitudes podem impactar o outro”, diz a pedagoga. “Quando aplicamos essa abordagem na criação dos nossos filhos, estamos formando indivíduos capazes de lidar com as adversidades de maneira equilibrada, respeitando os outros e convivendo em harmonia.”
Essa prática consciente e respeitosa, quando integrada ao cotidiano familiar e escolar, contribui para o desenvolvimento de uma geração mais empática e cooperativa. A educação, nesse contexto, torna-se uma ferramenta poderosa para moldar o futuro, não apenas das crianças, mas da sociedade como um todo, reforça Tabatha.
Por Camila de Magalhães/Itatiba Hoje – Foto: Arquivo pessoal