Autor de livro sobre Itatiba, o historiador Luís Soares de Camargo destaca momentos marcantes da cidade
Contar as histórias de Itatiba é algo que preenche o coração do historiador Luís Soares de Camargo, doutor em História Social e secretário municipal de Cultura e Turismo. Nascido na cidade, Luís, formado pela PUC-SP, há anos se dedica a estudar documentos e eventos que narram o passado itatibense. “A experiência como historiador proporciona uma visão geral da história ao longo desses 238 anos de existência da cidade, incluindo aqui os 167 anos de emancipação política que hoje comemoramos”, destaca.
Atualmente, ele trabalha na elaboração de um livro sobre a história do município, que cobrirá o período de 1786 até 1900, previsto para 2025. E também tem planos de escrever um segundo volume, de 1900 a 2000. “Esses livros devem preencher muitas lacunas na nossa história. É uma obrigação de minha parte para com a cidade”, afirma.
Para Luís, diversos momentos ajudaram a formar a identidade itatibense. Um dos mais importantes, segundo ele, foi a chegada das doze famílias pioneiras em 1786, que enfrentaram desafios ao desbravar a mata e iniciar as plantações. Outro marco foi o ciclo do café nas décadas de 1840 e 1850, o que gerou crescimento econômico e permitiu a emancipação do município em 1857. “Itatiba tornou-se cosmopolita, recebendo imigrantes — principalmente italianos — além de espanhóis e portugueses”, conta ele, citando também a mão de obra escrava, que influenciou a economia e a cultura locais.
Com a crise econômica de 1929, destaca o historiador, muitos moradores deixaram a cidade. No entanto, uma retomada veio nas décadas de 1940 e 1950, quando a cidade começou a se industrializar e a produção moveleira ganhou força. “Desde então, a industrialização avançou, e Itatiba passou a abrigar vários setores industriais”, comenta Luís, destacando o papel resiliente dos itatibenses. Ele considera a localização privilegiada da cidade um grande diferencial, capaz de atrair novos investimentos e habitantes. “Costumo dizer que a cidade crescerá, cabendo aos moradores e administradores direcionarem bem esse crescimento, que será constante”, reflete.
Participação da população
Para Luís, a participação ativa da população é essencial. Segundo ele, é fundamental que os cidadãos se envolvam diariamente, reconhecendo boas iniciativas e analisando com critério o que desejam para o futuro. “Que cidade queremos para daqui a 10, 20 ou 50 anos? É um bom exercício de cidadania”, propõe.
Para o historiador, Itatiba está no caminho certo, com uma administração jovem e dinâmica, que hoje conta com uma equipe bem preparada para os desafios. Citando Euclides da Cunha, ele resume o espírito da cidade: “O itatibense é, antes de tudo, um forte.”
Por Camila de Magalhães/Itatiba Hoje – Foto: Arquivo Pessoal