Itatiba intensifica mobilização e leva combate à violência contra mulheres para as ruas, escolas e redes
Depois da abertura oficial da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, Itatiba segue ampliando suas ações e ocupando espaços públicos com atividades educativas, debates, formações e intervenções que reforçam o compromisso do município com a proteção das mulheres.

A edição deste ano, amparada pela Lei Municipal 5.424/2022 e apoiada pela Câmara, mergulha em um tema urgente: a violência digital — uma realidade crescente que invade celulares, redes sociais e ambientes virtuais com a mesma gravidade da violência física.
Enquanto a iluminação laranja do prédio da Câmara sinaliza, todas as noites, o alerta permanente do movimento, o calendário de atividades avança em diferentes regiões da cidade.
Escolas, coletivos, instituições e grupos comunitários participam de rodas de conversa, oficinas, caminhadas e ações educativas, mostrando que a campanha deixou de ser um ato simbólico para se tornar um processo de mobilização contínua. “As ações já estão acontecendo por toda a cidade. É a rede funcionando, saindo do papel e chegando às pessoas que precisam”, reforça a vereadora Leila Bedani (PSD).
Cidade em rede: da violência digital ao cotidiano das mulheres no transporte público
Entre as atividades mais aguardadas está o Dia M: Mulheres, Mobilidade e Mais Respeito, marcado para 2 de dezembro. A data, que integra a jornada nacional da campanha, volta os holofotes para a importunação sexual nos transportes públicos e reforça que o enfrentamento à violência também precisa acontecer nos espaços de circulação diária — ônibus, pontos, terminais e vias movimentadas. A iniciativa dialoga com a campanha nacional da ONU Mulheres, que traz o tema global: “UNA-se para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Meninas”.
A discussão sobre violência digital tem ganhado força em Itatiba, com ênfase em temas como perseguição online, chantagens, exposição de imagens íntimas e ataques nas redes. “Isso também é crime. Isso também machuca. E muitas vezes acontece sem testemunhas”, lembra Leila. O objetivo é trazer luz a formas de agressão que tendem a se naturalizar no ambiente virtual, especialmente contra mulheres e meninas.
Dados que reforçam a urgência
Apesar de avanços, a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher revela um cenário ainda crítico: 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar em 2025. A maioria das agressões ocorreu diante de outras pessoas — inclusive crianças — e quase 60% das vítimas enfrentaram episódios recentes, nos últimos seis meses.
O cenário reforça a importância de campanhas como esta, que conectam Itatiba a uma agenda mundial de direitos humanos e ampliam a discussão para além da violência física, trazendo temas como racismo, desigualdade e violência digital.
Ações práticas e apoio à população
Durante os 21 dias, Itatiba distribui o “violentômetro”, instrumento que ajuda a identificar, desde cedo, comportamentos abusivos que muitas vezes passam despercebidos. As atividades incluem ainda oficinas, formações, caminhadas, mobilizações nos bairros e materiais informativos que circulam tanto nas redes sociais como em equipamentos públicos.
A campanha reforça, também, a importância do posicionamento de toda a sociedade. “Mulheres não estão sozinhas. Homens precisam assumir responsabilidade nessa luta, questionando práticas, combatendo piadas e acolhendo quem denuncia”, destaca a rede organizadora.
Canais oficiais de ajuda
- 180 – Central de Atendimento à Mulher
- 100 – Disque Direitos Humanos
Por Lívia Martins/Itatiba Hoje – Foto: Comunicação/CMI
