Foco
Escrever algumas matérias deste jornal, nesta semana, se mostrou uma tarefa difícil para esta repórter. Mas não pelos motivos mais óbvios. É claro que o cansaço e as longas horas escrevendo contribuem, mas não são a razão deste desabafo.
Nesta edição, caro leitor, você encontrará o relato do descaso do poder público e das empresas perante o povo que nada mais faz do que trabalhar e pagar seus impostos. Cumprir com seu dever de cidadão não é o bastante para se ter seus direitos garantidos.
Imagine a seguinte situação: você trabalhou o dia todo, está cansado e o que mais quer é chegar em casa. Com seu ordenado ainda não foi possível comprar um carrinho ou uma moto, então a única opção é o transporte público – que de público só tem o nome, pois é pago. Mas pra você não tem problema, pois chegar em casa e ver a família é tudo o que importa.
Contudo, ao chegar no ponto de ônibus, que é apenas uma estaca de madeira presa na calçada, você percebe que está formando tempo de chuva. A temperatura desses dias também não é a mais agradável. E é claro que o inevitável acontece: chove. Quando chega no seu lar, você está molhado, com frio e apenas com a certeza de que no dia seguinte nada será diferente.
Eu sei que muitos podem argumentar que “pelo menos tem emprego” ou “pelo menos tem o transporte”, mas vamos parar pra pensar aqui: você é itatibense como qualquer outro, paga impostos como qualquer outro, então por que não tem direito ao mínimo de dignidade possível?
Chegar em casa com segurança, em um horário razoável e contar com a proteção de um abrigo no ponto de ônibus não é luxo, não é frescura, não é mimimi, é o mínimo que um trabalhador pode querer no fim do seu expediente já tão cansativo.
Espero que esta edição faça o leitor parar, pensar e agir. Estamos juntos nessa jornada.
Por Lívia Martins
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Itatiba Hoje