De Minas a Itatiba:
conheça a história da padroeira da cidade
Na data de 8 de setembro é celebrado o dia de Nossa Senhora do Belém, a padroeira de Itatiba. Mas você sabe como essa santa se tornou o símbolo de proteção para a nossa comunidade? Nesta edição vamos contar essa história de fé.
Tudo teve início por volta do ano de 1740 – século XVIII – quando a filha de Manoel Gonçalves Jorge e de Josefa Maria do Espírito Santo, Izidória Maria do Espírito Santo, nasceu em Congonhas do Campo, cidade famosa pelas obras do Aleijadinho.
À época, sua família possuía certa relevância na comunidade e acredita-se que nesse período a imagem foi adquirida, possivelmente na mesma cidade ou na região, uma vez que ali atuavam alguns dos melhores artistas sacros brasileiros.
O tempo passou e a família de Izidória contraiu diversas dívidas a ponto que, quando seu pai faleceu, não restou grande herança. O único bem herdado foi a imagem da santa, esta de direito de Izidória por ser a filha mais velha.
Destino em terras paulistas
A mãe de Izidória casou-se novamente e, por escolha do marido, deixaram Minas Gerais e fixaram moradia em Jundiaí. Ali a nova dona da imagem de Nossa Senhora do Belém cresceu e se casou.
O matrimônio durou pouco mais de dez anos, quando seu marido veio a falecer. Contudo Izidória não permaneceu viúva por muito tempo. Entre seus vizinhos em Jundiaí estava o jovem soldado Antonio Rodrigues da Silva, por quem se apaixonou. O casamento de Izidória com Antônio Rodrigues – conhecido como Sargentão – foi realizado em 1777.
Última parada: Itatiba
Em 1792, Antônio resolveu se mudar para o Bairro do Atibaia, localizado nos limites do Sertão de Jundiaí, que havia sido fundado em 1786 por 12 famílias pioneiras. A família trouxe consigo a imagem. Logo que se estabeleceu no seu sítio, no atual Bairro do Cruzeiro, a santa foi mantida em um oratório que logo atraiu a atenção dos moradores.
A partir dessa data, a devoção a Nossa Senhora do Belém espalhou-se pelos moradores do novo bairro. Como eram muitos devotos, construiu-se uma capela para abrigar a santa. Esse movimento resultou em uma forte união da comunidade ali instalada.
Eleita como padroeira, Nossa Senhora do Belém foi a pedra fundamental na elevação do local à condição de Freguesia, com o nome de Belém de Jundiaí. Anos depois, essa mesma Freguesia se transformaria na atual cidade de Itatiba.
A basílica
Em 1830 iniciou-se a construção da Matriz, que durou até 1850, sob a direção do Padre Miguel Correa Pacheco foi a terceira igreja da cidade.
Atualmente ela não mais possui as referências daquela época, já que reformada por diversas vezes, chegou a ser reconstruída na década de 1960, ocasião em que suas características barrocas foram perdidas.
O único marco do século XIX que ainda sobrevive é a torre monumental, uma das mais belas e grandiosas do interior paulista, edificada a partir de 1874 pelo Padre Francisco Paula de Lima (Patrono do Museu).
Alguns dos vitrais que ornamentam as suas janelas foram elaborados pelo artista polonês Aeystarch Kaskurewicz, que veio ao Brasil em 1952 fugindo dos problemas causados pela II Guerra Mundial. Recebeu o título de Basílica pelo Vaticano em 1991.
Atualmente o pároco da Basílica Menor é o Padre Maycon Cristian Pedro, e o vigário determinado pela diocese de Bragança Paulista é o Padre José Herculano Arruda.
Por Lívia Martins/Itatiba Hoje – Foto: Reprodução/Paróquia de Nossa Senhora do Belém