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Estatística do TRE mostra perfil conservador dos candidatos de Itatiba às eleições 2024

As estatísticas divulgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) revelam um perfil marcadamente conservador entre os candidatos de Itatiba para as eleições municipais de 2024. Com 223 candidatos a vereador e três disputando o cargo de prefeito, os números indicam uma predominância de homens, casados, brancos e heterossexuais, reforçando uma tendência tradicionalista nas escolhas políticas da cidade.

Os partidos com maior representação no pleito são PRD, PL, PDT e PSD, cada um com 21 candidatos a vereador. Em contrapartida, PV e PODE figuram com o menor número de candidaturas, apenas 5 cada.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Perfil dos candidatos

Os dados detalhados indicam que 67% dos candidatos são homens, e 48% estão em casamentos estáveis. A maior parte dos postulantes (54%) possui ensino superior completo, e a faixa etária mais comum é entre 45 e 49 anos. Além disso, 66% dos candidatos se autodeclaram brancos, 99% são cisgêneros, e 97% se identificam como heterossexuais.

Esse perfil, que reflete uma visão mais conservadora, parece prevalecer em todas as esferas das candidaturas, sugerindo um cenário eleitoral com pouca diversidade em termos de representatividade de gênero, raça e identidade sexual.

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Quilombo Brotas e a representatividade quilombola

Apesar de Itatiba ser a sede do primeiro quilombo urbano do Brasil, o quilombo Brotas, a representatividade quilombola nas eleições é mínima. Apenas 1% dos candidatos a vereador, ou seja, três pessoas, se identificam como quilombolas. Esse dado reflete um contraste entre o legado histórico e cultural do município e a participação política efetiva dessa comunidade tradicional.

O resultado dessas estatísticas reforça a necessidade de refletir sobre a inclusão e a diversidade nas próximas eleições, uma vez que segmentos importantes da população continuam sub-representados no cenário político de Itatiba.

A representatividade das minorias, como quilombolas, mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outras, é essencial para garantir que diferentes perspectivas e necessidades sejam levadas em consideração no processo decisório.

Políticos que vivenciam as realidades dessas comunidades podem promover políticas públicas mais inclusivas e eficazes, que realmente atendam a todos os cidadãos. A baixa participação dessas minorias nas candidaturas revela um desafio persistente na construção de uma democracia mais plural e equitativa.

Por Lívia Martins/Itatiba Hoje – Fotos: Reprodução/Agência Brasil e Marcelo Camargo/Agência Brasil